O conceito de mônada orgânica

Autores/as

  • Maurício de Carvalho Ramos Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.48160/18532330me3.79

Palabras clave:

mônada orgânica, substância orgânica, princípio de plenitude, princípio de identidade, epigênese, preformação, Leibniz

Resumen

O objetivo principal do presente estudo é elaborar um conceito de mônada orgânica a partir de certos elementos da metafísica e da filosofia natural de Leibniz. Com tal elaboração, não pretendo propriamente oferecer uma nova interpretação da filosofia leibniziana, mas determinar um conceito que integre o que pode ser designado como modelo monadológico geral, cuja validade conceitual e histórica vai além dos marcos de tal filosofia. Começarei meu argumento sustentando que na metafísica da substância de Leibniz a pluralidade possui certa precedência em relação à simplicidade. Isso é feito articulando os conceitos de plenitude e de simplicidade substancial de modo a mostrar que dessa articulação emerge um conceito de plenum como agregado heterogêneo universal de corpos no qual a organicidade é mais fundamental do que a materialidade. Na segunda seção do artigo, procurarei conferir a esse plenum o estatuto metafísico de substância composta articulando-o a dois sentidos de vida, simples e composto. Os corpos substancialmente fundados exibem uma apetição característica da vida composta. A partir daí, passarei, na terceira seção, da substancialidade composta em geral para uma substancialidade orgânica específica através da determinação do conceito de organismo polar. Pretendo que tal conceito realize uma síntese dos aspectos fisiológicos e genéticos do organismo capaz de determinar, por fim, o conceito de mônada orgânica como resultante da associação entre uma metafísica que fundamenta a conservação dinâmica do orgânico e uma que fundamenta a pluralidade da transformação orgânica temporal.

Citas

Adams, R.M. (1994), Leibniz: Determinist, Theist, Idealist, New York: Oxford University Press.

Belaval, I. (1981), “Leibniz et la chaîne des êtres”, em Bello, A.A. (ed.), Analecta Husserliana. The Yearbook of the Phenomenological Research. v. XI. The Great Chain of Being and Italian Phenomenology, Dordrecht/Boston/London: Reidel, pp. 59-68.

Cassirer, E. (1993), El problema del conocimiento en la filosofía y en la ciencia moderna, IV, México: Fondo de Cultura Económica.

De Risi, V. (2007), Geometry and Monadology: Leibniz analysis situs and Philosophy of Space, Basel: Birkhäuser Verlag.

Duchesneau, F. (2010), Leibniz, le vivant et l’organisme, Paris: J. Vrin.

Fouke, D.C. (1991), “Spontaneity and the Generation of Rational Beings in Leibniz’s Theory of Biological Reproduction”, Journal of the History of Philosophy 29(1): 33-45.

Gerhardt, C. J. (ed.) (1960/1961), Die philosophischen Schriften von Gottfried Wilhelm Leibniz, I-VII, Hildesheim: Georg Olms Verlagsbuchhandlung.

Le Roy, G. (ed.) (1993), Leibniz, G.W., Discours de métaphysique et correspondence avec Arnauld, Paris: J. Vrin.

Leduc, C. (2009), Substance, individu et connaissance chez Leibniz, Montréal: Presses de l’Université de Montréal/Vrin.

Leibniz, G.W. ([1695] 1994), Système nouveau de la nature et de la communication des subs-tances, em Leibniz, G.W., Système nouveau de la nature et de la communication des substances et autres textes: 1690–1703, Paris: Flammarion.

Leibniz, G.W. ([1696] 1994), Tentamen anagogicum, em Leibniz, G.W., Système nouveau de la nature et de la communication des substances et autres textes: 1690–1703, Paris: Flammarion.

Leibniz, G.W. ([1697] 1994), De l’origine radical des choses, em Prenant, L. (ed.), Oeuvres de G.W. Leibniz, Tomo 1, Paris: Aubier Montaigne, 1972.

Leibniz, G.W. ([1702] 1994), Considérations sur la doctrine d’un esprit universel unique, em Leibniz, G.W., Système nouveau de la nature et de la communication des substances et autres textes: 1690–1703, Paris: Flammarion.

Leibniz, G.W. ([1704] 1990), Nouveaux essais sur l’entendement humain, Paris: Flammarion.

Leibniz, G.W. ([1714] 1881), La Monadologie, Paris: Delagrave.

Leibniz, G.W. ([1714] 1986), Principes de la philosophie ou Monadologie, em Robinet, A. (ed.), Leibniz, G.W.Principes de la nature et de la grâce fondés en raison, Principes de la philosophie ou Monadologie, Paris: Presses Universitaires de France.

Leibniz, G. W. ([1718] 1986), Principes de la nature et de la grâce fondés en raison, em Robinet, A. (ed.), Leibniz, G.W., Principes de la nature et de la grâce fondés en raison, Principes de la philosophie ou Monadologie, Paris: Presses Universitaires de France.

Levey, S. (2005), “Leibniz on Precise Shapes and the Corporeal World”, em Rutherford, D. e J.A. Cover (eds.), Leibniz: nature and freedom, New York: Oxford University Press, pp. 69-78.

Phemister, P. (2005), Leibniz and the Natural World,Dordrecht: Springer.

Prenant, L. (ed.) (1972), Oeuvres de G.W. Leibniz, Tomo 1, Paris: Aubier Montaigne.

Radl, E.M. (1988), Historia de las teorías biológicas, Vol. 1, Madrid: Alianza.

Rey, A-L. (2012), “L’ambivalence de l’action libre: des corps physiques aux créatures”, em Rateau, P. (ed.), Lectures et interprétations des Essais de théodicée de G.W. Leibniz, Studia Leibnitiana-Sonderhefte 40, Stuttgart: Franz Steiner Verlag, pp. 139-151.

Strickland, L. (2009), “Leibniz, the ‘Flower of Substance’, and the Resurrection of the Same Body”, The Philosophical Forum 40(3): 391-410.

Publicado

2012-10-01

Cómo citar

de Carvalho Ramos, M. (2012). O conceito de mônada orgânica. Metatheoria – Revista De Filosofía E Historia De La Ciencia, 3(1), 39–72. https://doi.org/10.48160/18532330me3.79

Número

Sección

Artículos